A desigualdade salarial entre homens e mulheres no Brasil

A recente divulgação do 1º Relatório Nacional de Transparência Salarial que mostra as informações trabalhistas de uma realidade alarmante que consiste na persistente desigualdade salarial entre homens e mulheres no Brasil. A pesquisa que analisou dados de milhares de empresas, revelou que as mulheres recebem em média, 19,4% menos que os homens por desempenharem as mesmas funções. 

Essa realidade que se arrasta há décadas, é fruto de um complexo conjunto de fatores históricos, culturais e estruturais. A interseccionalidade de gênero, raça e classe social agrava ainda mais essa desigualdade, com mulheres negras e indígenas sendo as mais prejudicadas. 

O relatório evidencia que a diferença salarial não se limita ao salário base. Em geral as brasileiras ocupam cargos de menor hierarquia e têm menor acesso a oportunidades de crescimento profissional. Além disso, critérios subjetivos e pouco transparentes, como “proatividade” e “capacidade de liderança”, são frequentemente utilizados para justificar diferenças salariais e, na prática, acabam por perpetuar os estereótipos de gênero. 

A maternidade também exerce um papel crucial nessa desigualdade. As mulheres que têm filhos tendem a ter suas carreiras interrompidas ou desaceleradas, o que impacta diretamente seus salários e suas trajetórias profissionais. A falta de políticas públicas que garantam a igualdade de oportunidades, como creches e licenças paternidade mais extensas, agrava ainda mais essa situação. 

As consequências da desigualdade salarial são diversas e abrangentes. Além do impacto financeiro direto nas vidas das mulheres, a disparidade salarial contribui para a perpetuação da desigualdade social. 

É fundamental que tanto o setor privado quanto o público se mobilizem para enfrentar essa questão. As empresas precisam implementar políticas de equidade salarial, investir em programas de diversidade e inclusão e promover a igualdade de oportunidades para todas as suas colaboradoras.